Tarifas de cacau: um golpe duro na economia brasileira

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A decisão unilateral dos Estados Unidos de impor tarifas de 50% sobre derivados de cacau está causando preocupação no Brasil. A Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) calcula que o setor pode perder US$ 36 milhões, equivalentes a R$ 180 milhões, em 2025 caso essas tarifas sejam mantidas.


Os Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações brasileiras de derivados de cacau, respondendo por 18% do total. Em 2024, as vendas para os EUA já haviam somado US$ 72,7 milhões (R$ 363 milhões). No primeiro semestre de 2025, essas exportações já alcançaram US$ 64,8 milhões (R$ 325 milhões), representando mais de 25% do total exportado nesse período.


A AIPC alerta que a combinação de uma tarifa adicional de 40% com os 10% anunciados anteriormente pode ameaçar a estrutura produtiva nacional. "A manteiga de cacau, um dos principais produtos exportados para os EUA, é essencial para o funcionamento da indústria brasileira", explica a associação.


Com a redução das exportações, as empresas brasileiras enfrentarão dificuldades em manter sua produção. Isso pode resultar em ociosidade industrial, desemprego e redução de investimentos nas regiões produtoras, como Bahia, Pará e São Paulo.


Estimativas indicam que a ociosidade média da indústria processadora pode chegar a 23,83%, podendo subir para 37% se os dados de 2024 forem considerados. "Este cenário agrava uma crise já existente, com pressão por quebras de safra e altas nos preços das amêndoas", completa a AIPC.


Enquanto isso, o setor tenta buscar soluções através do diálogo e da cooperação com governos brasileiro e americano. "Acreditamos no trabalho técnico e propositivo para superar esse impasse", afirma a associação.

Juliana Rocha

Juliana Rocha

É interessante ver como decisões unilateralistas em um extremo do mundo podem causar tamanhos problemas em outro. A indústria do cacau, que já enfrenta desafios internos, agora tem que lidar com uma crise externa imposta pelo 'protecionismo' de Trump. Será que o Brasil está preparado para absorver mais um golpe sem chances de recuperação?

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