A pandemia da Covid-19 deixou sequelas que transcendem os sintomas respiratórios. Um estudo revolucionário, publicado na revista Nature Communications, revela que o cérebro de pessoas consideradas saudáveis envelheceu 5,5 meses a mais durante o período pandêmico, independentemente de terem sido infectadas ou não pelo coronavírus.
Os cientistas britânicos analisaram imagens cerebrais e resultados cognitivos de quase mil participantes. Utilizando inteligência artificial, compararam a idade real com a estimada baseando-se nas características do cérebro. O resultado foi alarmante: o envelhecimento cerebral acelerou-se para aqueles que vivenciaram o isolamento social, o estresse e as mudanças drásticas na rotina impostas pela pandemia.
Entre os fatores identificados, o impacto foi maior entre idosos, homens e pessoas de baixa renda ou desempregadas. Apesar disso, a agilidade mental diminuiu apenas entre aqueles que foram infectados pelo coronavírus, sugerindo que o envelhecimento cerebral precoce não necessariamente compromete as funções cognitivas.
Essas descobertas lançam luz sobre como fatores sociais e ambientais podem afetar a saúde mental. No Brasil, onde o isolamento foi especialmente rigoroso, é possível que milhões tenham sido impactados sem sequer saberem.
Enquanto mais estudos buscam entender a relação causal desse fenômeno, o alerta é claro: o cérebro sofre não apenas com doenças, mas também com as consequências invisíveis de crises globais.
Cérebros envelhecem mais rápido durante pandemia: estudo revela impacto da Covid-19 no Brasil


É impressionante como a pandemia revelou-se não apenas uma doença, mas um catalizador de mudanças profundas em nossos sistemas biológicos. Enquanto alguns culpam o vírus por todo o dano, outros lembram que o estresse e o isolamento social já eram problemas latentes na sociedade moderna.
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