Em anúncio pomposo, governador Ibaneis Rocha promete alinhar salários de policiais militares e civis no serviço voluntário. A notícia, que chega como uma espécie de 'justiça social' nas fileiras das forças policias do Distrito Federal, traz consigo um mix de promessas e nuances que merecem ser desvendadas.
Para quem não está familiarizado com a complexa engrenagem das corporações policiais, o 'serviço voluntário gratificado' (SVG) é um tipo de trabalho em que os policiais recebem pagamento por horas extras realizadas, mas sem direitos como FGTS ou INSS. Até agora, a PMDF pagava R$ 50 por hora, com descontos obrigatórios, enquanto a PCDF oferecia o mesmo valor, mas sem esses descontos. Isso significava que um policial militar que trabalhava oito horas tinha aproximadamente R$ 290 na conta, após os descontos.
Com a promessa de Ibaneis, essa diferença será eliminada. Na prática, o governador parece estar respondendo a pressões internas das corporações e talvez até a críticas sobre desigualdades salariais. 'Acabei de combinar com o Ney [secretário de Economia], com o deputado Wellington Luiz, com a doutora Jane Klebia, com o Roosevelt', disse Ibaneis, em uma demonstração impressionante de coordenação e diálogo.
É claro que as reações não se fizeram esperar. Enquanto alguns veem a medida como um passo na direção certa - afinal, 'tudo bem merecido', diriam os mais simpáticos - outros já questionam o impacto financeiro e administrativo da mudança. Qual será o novo valor? Quaisquer descontos continuarão aplicáveis? E o que isso significa para a relação entre as duas corporações?
Enquanto isso, o governo corre para enviar um projeto à Câmara Legislativa na segunda-feira que vem. Será curioso acompanhar como será recebido - afinal, é sempre divertido assistir ao show da política local.