O autismo é uma condição de neurodesenvolvimento que pode influenciar não apenas o comportamento e a comunicação, mas também a forma como as pessoas se movimentam. Pesquisas recentes vêm destacando diferenças na marcha (conhecida em inglês como 'gait') entre indivíduos com autismo, apontando para características que podem auxiliar no diagnóstico e na compreensão da condição.
De acordo com estudos conduzidos por especialistas da Universidade Monash, a marcha peculiar em pessoas com autismo é um indicativo importante. Essas diferenças não são apenas superficiais; elas estão ligadas a alterações no desenvolvimento do cérebro, especialmente nas áreas responsáveis pelo movimento e equilíbrio, como os gânglios basais e o cerebelo.
As pesquisas identificaram que as pessoas com autismo apresentam maior variabilidade na velocidade e comprimento das passadas, além de possíveis problemas em habilidades motoras como equilíbrio e coordenação. Essas diferenças podem persistir ao longo da vida e estão associadas a fatores como capacidades cognitivas e sensoriais.
Apesar disso, nem todas as diferenças necessitam de intervenção. A abordagem ideal é personalizada, considerando o impacto diário dessas diferenças na vida da pessoa. Intervenções baseadas em comunidades, como programas de movimento integrado durante o dia escolar ou atividades físicas regulares, têm mostrado resultados promissores em melhorar habilidades sociais e regulação comportamental.
Enquanto avançamos na compreensão das diferenças motoras em autismo, é fundamental lembrar da importância de suporte adaptado às necessidades individuais. A atividade física não apenas melhora habilidades motoras, mas também contribui para a socialização e bem-estar emocional.