Em um momento histórico, a Ucrânia volta a ser palco de protestos significativos contra o governo. A ira nacional foi despertada após a aprovação de uma lei que concede supervisão sobre duas agências anti-corrupção ao procurador-geral, figura politicamente designada. Em Kyiv, Lviv, Dnipro e Odesa, multidões desafiadoras se reuniram, ecoando um sentimento crescente de indignação.
Os críticos argumentam que essa mudança fragiliza as agências NABU (Bureau Nacional Anti-Corrupção) e SAPO (Procuradoria Específica Contra a Corrupção), entidades essenciais para o sonho ucraniano de se integrar à União Europeia. O próprio presidente Volodymyr Zelensky, que durante a campanha prometeu erradicar a corrupção, defende a medida como um passo necessário para neutralizar influências russas.
Contudo, a comunidade internacional não está satisfeita. Organizações como o Grupo de Sete, a ONU e a Transparência Internacional emitiram declarações preocupadas, destacando que essa decisão ameaça a confiança nas esforços anti-corrupção da Ucrânia.
Enquanto isso, na frente de batalha, soldados como Yegor Firsov expressam desânimo. "Esto não é uma questão de NABU ou SAPO. É uma questão de barbárie", declarou ele em X. A corrupção, para muitos, é um inimigo silencioso que mina a moral das tropas e desvaloriza os sacrifícios dos soldados.
Zelensky, diante da pressão popular e internacional, prometeu apresentar uma nova legislação para fortalecer a independência das agências. No entanto, as dúvidas persistem: será essa uma tentativa de acalmar os ânimos ou um sinal de que o compromisso com a integridade está diminuindo?