Os rastreadores de pets Whistle, que marcaram presença no mercado desde 2013, estão oficialmente caminhando para o cemitério da Internet das Coisas. Em um movimento que cheira a monopólio e estratégia empresarial, a empresa austríaca Tractive anunciou recentemente a aquisição da Whistle por parte da Mars Petcare. O resultado? Milhares de dispositivos inteligentes virarão resíduos eletrônicos em breve.
A Tractive, que também atua no segmento desde 2013, explicou que a fusão foi necessária para evitar duplicação de esforços e complexidade operacional. No entanto, o preço pago pelos consumidores será alto: os dispositivos Whistle serão desativados ('bricados') e seus dados não serão migrados para as novas unidades Tractive. Apenas aqueles que atualizarem para os novos modelos pagarão $108 por ano pelo serviço.
- Os rastreadores Whistle eram conhecidos por monitorar comportamentos como lambidas, arranhões e padrões de sono dos pets;
- A aquisição resultará na perda total de funcionalidades que muitos donos de animais já consideravam essenciais;
- Os dispositivos Whistle ainda em uso virarãolixo eletrônicoa partir de agosto, juntando-se a uma lista cada vez maior de produtos conectados que fracassaram ou foram descontinuados.
No Reddit, um usuário ilustrou bem a dor do adeus: "Isso é importante para mim porque meu cachorro tem alergias sazonais. Eu trabalho durante o dia e não posso observá-la constantemente. Ver o aumento de lambidas e arranhões no aplicativo me ajuda a entender que precisa dar remédios a ela." Agora, essas informações cruciais deixarão de existir para muitos donos.
Além do impacto financeiro e emocional, a situação dos rastreadores Whistle reflete um problema maior da era da IoT: o lixo eletrônico. Estima-se que desde 2014, milhões de磅de resíduos tóxicos tenham sido gerados por serviços e produtos conectados descontinuados. Enquanto isso, empresas como a Tractive continuam a expandir suas operações, absorvendo concorrentes e deixando para trás um rastro de dispositivos inúteis.
É um lembrete doloroso de que, no mundo da tecnologia, o progresso muitas vezes vem à custa do descarte. E as perguntas persistentes são: quem deve ser responsável por esse lixo? Como podemos incentivar empresas a adotar práticas mais éticas e sustentáveis? Até quando permitiremos que a ganância corporate sacrifique ferramentas essenciais para os consumidores?