A proposta do governador Ibaneis Rocha (MDB) para reeleição dos membros do Conselho de Educação do DF mexe com um equilíbrio delicado entre continuidade e renovação. Enviada à Câmara Legislativa, a proposta argumenta que a vedação à reeleição pode interromper ciclos de planejamento estratégico, prejudicando a implementação de medidas estruturantes.
O Conselho de Educação, criado em 2012, é responsável por estabelecer normas e diretrizes para o sistema de ensino no DF. Com um mandato de dois anos, seu presidente atualmente é Álvaro Moreira Domingues Júnior, indicado pela Secretaria de Educação.
Apesar das justificativas, a discussão vai além da técnica. Trata-se de uma questão filosófica: até que ponto o interesse coletivo se sobrepõe ao individual? E qual é o limite entre estabilidade e perpetuação do poder?
Afinal, será que a reeleição garante maior eficácia ou apenas perpetua posições de privilégio? Em um país marcado por crises de representatividade, é difícil não se perguntar se esta mudança não será mais uma peça em um jogo político já complexo.