A aprovação de mudanças constitucionais em El Salvador abre precedente para a reeleição indefinida do presidente Nayib Bukele, consolidando ainda mais o poder executivo no país. A iniciativa, proposta pela deputada Ana Figueroa, eliminou a necessidade de um segundo turno eleitoral e estendeu o mandato presidencial para seis anos.
Com uma maioria parlamentar esmagadora, os projetos foram aprovados com 57 votos a favor e apenas três contra. A decisão permitirá que Bukele se candidate novamente em 2027, após um mandato inicial de cinco anos prorrogado para seis, consolidando sua posição no palácio de governo.
A ascensão de Bukele à presidência, apesar das restrições constitucionais iniciais, foi marcada por uma abordagem dura contra as gangues do país. No entanto, observadores alertam que a concentração de poder pode fragilizar a democracia e levar à corrupção sistêmica.
Em um contexto regional onde governos autoritários têm inspirado imitações, Bukele se destaca como uma figura polarizadora. Enquanto sua luta contra o crime organizado conquista apoio popular, críticos denunciam abusos de poder e a repressão a dissidentes.
Essa nova era constitucional em El Salvador lança um questionamento: será que a força do presidente superou os limites democráticos, ou é apenas mais uma etapa na evolução política do país?