Rithy Panh, o cineasta cambojano aclamado por seu trabalho sobre o gênico khmer, assumiu recentemente a presidência do júri do 78º Festival de Locarno. Em uma conversa com o The Hollywood Reporter, Panh refletiu sobre sua trajetória, sua relação com o cinema e suas visões sobre a indústria atual.
Uma jornada através da dor
Panh, cujos familiares foram vítimas do regime dos Khmer Rouge, encontrou refúgio na Tailândia e posteriormente na França, onde descobriu o poder transformador do cinema. Sua obra, marcada pela busca pela verdade histórica, inclui filmes como Graves Without a Name e Meeting With Pol Pot. Em 2013, com The Missing Picture, ele experimentou um estilo único misturando figuras de argila, material histórico e narração em primeira pessoa, conquistando reconhecimento internacional.
Confrontando a modernidade
Panh não oculta sua preocupação com o impacto da AI e das redes sociais na indústria cinematográfica. Enquanto o conteúdo curto e acessível em plataformas como TikTok abre novos caminhos, também pode diluir a profundidade narrativa. "As histórias são sempre as mesmas", critica Panh, destacando a necessidade de obras que transcendam o superficial.
Retorno ao amor pelaprimeira vez
Após anos de produção intensiva, Panh planeja experimentar novamente com a Super 8, uma técnica que remete à inocência e simplicidade do cinema dos anos 1970. "Quero recuperar aquele amor inicial", confessa ele, vendo nessa volta uma oportunidade de reconnectar com a essência da arte cinematográfica.
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