Profecia de mangá japonês assusta turistas e gera polêmica na Ásia

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Quando um tsunami devastador atingiu o Pacífico em meio à semana passada, milhões de pessoas na Ásia não apenas se perguntaram sobre a força da natureza, mas também recorreram a uma profecia peculiar associada a um mangá japonês. Publicado em 2021, o trabalho do artista Ryo Tatsuki afirmou que um terremoto de grande magnitude ocorreria em julho deste ano, desencadeando ondas de memes e debates online.


Na China, mais de 1,1 milhão de pessoas buscaram termos relacionados à profecia do mangá no aplicativo Douyin logo após o tsunami. A preocupação foi tanta que muitos turistas cancelaram viagens ao Japão, como relatou a viajante Andrea Wang, que desistiu de um plano para visitar o país em abril. 'A profecia me fez pensar no risco à minha vida', confessou ela.


Apesar das advertências científicas sobre a impossibilidade de prever terremotos com precisão, acreditação na obra de Tatsuki se espalhou rapidamente. O mangá retrata a artista em sonhos reveladores, alguns dos quais parecem ter se tornado realidade, como aprofecia do terremoto de 2011 no Japão. 'O que torna este caso fascinante é a combinação da mitologia popular com a geologia', analisa o geólogo Dr. Hiroshi Nakamura.


Enquanto alguns se mantêm tranquilos, outros, como Oscar Chu, de Hong Kong, decidiram adiar viagens. 'Não estou 100% certo, mas também não quero arriscar', disse ele. No entanto, há quem já tenha voltado aos planos originais, como o usuário Xiaohongshu, que destacou a importância da conscientização em torno de desastres naturais.


Para muitos no Japão, o medo é real. O país vive constantemente com a ameaça de terremotos e tsunamis, especialmente após a tragédia de Fukushima em 2011. Atualmente, as autoridades japonesas alertam para um possível tremor na região do Trough Nankai nos próximos 30 anos. Enquanto isso, a profecia do mangá continua a inspirar discussões e, inevitavelmente, debates sobre ciência versus crença.

Camila Fernandes

Camila Fernandes

Há algo de profundamente humano em buscar significado em catástrofes naturais. Da mesma forma que os antigos recorriam a oraculos, hoje buscamos respostas em quadrinhos e algoritmos. Enquanto isso, o Pacífico segue sua dança silenciosa, lembrando-nos de que a natureza sempre será um passo à frente.

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