Rivian entrou com uma ação judicial contra o Departamento de Veículos Motorizados (DMV) do estado de Ohio, Estados Unidos, acusando a administração local de promover um banimento parcial e discriminatório das vendas diretas de veículos. De acordo com reportagem do The Verge, a empresa argumenta que tal medida fere a concorrência, limita a escolha dos consumidores e eleva os custos. A queixa foi protocolada após a entidade estadual ter vetado a concessão de licença para venda direta de veículos novos ou usados por fabricantes ou suas afiliadas.
A legislação do Ohio proíbe que as montadoras ou suas subsidiárias vendam diretamente os carros, restringindo esse mercado aos concessionários independentes. Exceção é feita apenas para a Tesla, que desde 2014 tem autorização para operar lojas de vendas próprias no estado graças a um acordo com a associação dos distribuidores locais.
Em comunicado, Mike Callahan, Chefe Administrativo da Rivian, declarou: "Acreditamos que os consumidores devem ser livres para escolher os veículos que desejam comprar. A liberdade de escolha é um princípio fundamental da economia americana. A proibição arcaica contra as vendas diretas viola a Constituição, é irracional e prejudica os ohioanos ao reduzir a concorrência e o acesso a melhores opções".
A empresa elétrica argumenta que é injusto ser impedida de vender seus próprios veículos enquanto a Tesla é permitida. "Nonsense", como classificou a Rivian em seu processo, é proibir a venda direta no estado enquanto permite que a empresa concorrente mantenha lojas próprias.
Historicamente, as proibições às vendas diretas foram criadas para evitar que as empresas mais estabelecidas monopolizem o mercado. Para fabricantes de veículos elétricos como Tesla e Rivian, vender diretamente ao consumidor é um diferencial estratégico. Enquanto a Rivian tenta impor mudanças via Justiça Federal, a Tesla já havia negociado um tratamento privelégiado no estado.
Curioso notar que a Rivian teve vitórias semelhantes em outros estados. Em 2022, Illinois tentou bloqueá-las, mas acabou derrotada. Agora, a empresa busca um precedente nacional contra o que considera prática anti-concorrência.