Em um momento histórico de luto silencioso, sete parlamentares brasileiros viram suas carreiras políticas desmoronar em menos de um instante. Gilvan Máximo, do Republicanos-DF, foi o rosto dessa derrota coletiva, registrando com tristeza a hora em que esvaziava seu gabinete e guardava suas pertenças no porta-malas de seu Jeep. "Vamos embora, né, gente", disse ele, num misto de resignação e revolta.
Além de Gilvan, outros seis parlamentares foram afetados pela decisão do STF que mudou as regras de distribuição das sobras eleitorais. Entre eles estavam Augusto Puppio, Lebrão, Lázaro Botelho, Professora Goreth, Silvia Waiãpi e Sonize Barbosa. Todos eleitos democraticamente, agora veem suas vitórias anuladas retroativamente a 2022.
A atitude dos ex-deputados não foi passiva. Eles protestaram, ameaçando até greve de fome, e questionaram a legitimidade da decisão do STF. "Hugo Motta diminui o parlamento com essa decisão", disse Gilvan, num discurso que misturava indignação e desespero. Silvia Waiãpi completou: "A Justiça Eleitoral se antecipou e fez a diplomação, mas a ordem do STF era para retotalização".
O impacto dessa decisão transcende o âmbito pessoal dos parlamentares. Com a perda de sete cadeiras na Câmara, outros candidatos assumirão os cargos. Um exemplo da fragilidade do sistema político brasileiro, onde um simples ajuste nas regras pode derrubar anos de esforço e confiança do eleitorado.
Enquanto isso, o país assiste em silêncio a essa dança macabra da democracia. "Não se entende mais o ofício do direito", declarou um dos parlamentares. "Perdemos a lógica aristotélica, o raciocínio jurídico e a segurança jurídica". Palavras fortes, que ecoam num momento em que a Justiça Eleitoral parece mais inclinada a promover fraudes do que a garantir justiça.
É um alerta para os brasileiros: nossas instituições estão cada vez mais fragilizadas, e o preço pago é alto. Enquanto isso, sete famílias políticas se perguntam como voltar de onde partiram. E nós, povo, nos perguntamos se ainda podemos confiar em um sistema que parece estar sempre a nosso favor... ou não?