Em um movimento inovador na saúde brasileira, o SUS vai permitir que pacientes usem clínicas particulares como se fossem de planos de saúde. A mudança, anunciada para agosto, visa reduzir as filas na rede pública transformando dívidas das operadoras em serviços médicos especializados.
O programa Agora Tem Especialistas começa com R$ 750 milhões destinados a consultas, exames e cirurgias em áreas prioritárias como oncologia e cardiologia. As operadoras que aderirem voluntariamente ao edital poderão oferecer esses serviços, desde que comprovem estrutura técnica e atendam às necessidades locais identificadas pelos estados e municípios.
Entre os benefícios, está a possibilidade de as operadoras abaterem dívidas e regularizarem fiscalmente. Para o governo, a adesão reduz disputas judiciais com o setor público. O pagamento será feito por pacotes de serviços concluídos, não individualmente.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) garante que operadoras e pacientes do SUS serão tratados sem prioridades injustas. As empresas devem atender pelo menos 100 mil pacientes por mês ou, excepcionalmente, 50 mil em áreas carentes.
Além disso, o programa inclui a integração de dados das operadoras à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) a partir de outubro. Profissionais do SUS terão acesso a essas informações para melhorar diagnósticos e evitar exames repetidos.
Enquanto isso, o SUS caminha para um novo modelo: uma saúde que mescla pública e particular, onde as dívidas antigas se transformam em serviços presentes. Resta ver como essa inovação tecnológica e gestão serão implementadas no dia a dia.