Quando falamos em startups, é inevitável que o conceito de TAM (Total Addressable Market) apareça. Para muitos fundadores, especialmente na fase inicial, a busca pelo tamanho do mercado total pode se tornar uma obsessão quase paralisante. Mas Jahanvi Sardana, sócia da Index Ventures, tem uma lição para aqueles que se concentram exclusivamente nesse número: muitas startups surgiram em mercados que, na época, sequer existiam.
Sardana compartilha essa visão durante um evento em Boston, organizado pelo TechCrunch. Ela cita exemplos como o Google, Microsoft e Amazon para ilustrar que muitas vezes, os mercados que conhecemos hoje não existiram antes de determinadas empresas revolucionarem a indústria. "Qual era o mercado para sistemas operacionais antes da Microsoft? Qual era o mercado para cloud antes da Amazon?", questiona Sardana.
Para entender melhor, ela divide os mercados em três categorias:
- Mercado conhecido: já existe e a startup busca substituir uma incumbente.
- Mercado emergente: um segmento menor está usando o produto, com potencial para se tornar mainstream.
- Mercado invisível: não existe ainda, e a startup precisa criar demanda de forma inovadora.
Sardana alerta que os fundadores devem evitar o "grande erro" de se basear excessivamente em relatórios de mercado. "Se você está muito dependente de um serviço externo para definir como pensa sobre o mercado, isso pode indicar que não está realmente entendendo o problema", afirma.
No final do debate, Sardana ressalta que os investidores estão interessados em fundadores que compreendam profundamente seu mercado e possam demonstrar claramente por que seu produto é essencial. "No final do dia, estamos avaliando mais fundadores do que produtos ou mercados", destaca.