Em um movimento que mistura estratégia judicial e jogo político, Donald Trump resolveu processar o The Wall Street Journal por difamação. O caso, no entanto, parece mais uma jogada para manter seu nome nos headlines do que uma busca sincera por justiça. Em Miami, onde a ação foi movida, os jurados tendem a olhar com desconfiança para as reportagens da imprensa establishment.
Quem ganha com isso?
A escolha de Trump em levar o caso para a Flórida não é por acaso. Em estados como aquele, os júris tendem a ser mais favoráveis a demandantes conservadores. Recentemente, um veterano da Marinha recebeu 5 milhões de dólares após processar a CNN por reportagens que o desqualificaram. Trump, no entanto, não parece estar interessado em uma longa batalha judicial. Sua estratégia pode ser levar o processo a um acordo para extrair concessões ou simplesmente criar barulho em seu favor.
A motivação por trás da ação
Para alguns observadores, Trump pode estar mais interessado em desviar atenção do que na possibilidade de vencer. Em 2023, ele abandonou um processo contra Michael Cohen antes de uma deposição crucial. A constante associação com Jeffrey Epstein, mencionada no artigo em questão, é outro fator a ser considerado.
Rupert Murdoch e o jogo de poder
Enquanto Trump processa o jornal, não podemos ignorar a figura de Rupert Murdoch. O magnata dos meios de comunicação tem interesses em consolidar seu império, incluindo a transmissão de Fox News. Conflitos com Trump podem atrapalhar seus planos de sucessão para Lachlan Murdoch, seu filho favorito. Assim, o processo pode ser uma forma indireta de negociar posição no tabuleiro midiático.
Afinal, em um mundo onde a Justiça é frequentemente usada como ferramenta política, Trump parece mais interessado em jogar com as regras do que em realmente defendê-las. E isso não é exclusivo dele – estamos falando de uma tradição que infelizmente permeia muitos cantos da política e dos negócios no mundo todo.
