Em um movimento que mistura estratégias econômicas e politicamente motivadas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um tarifão desidratado sobre produtos brasileiros. A medida, oficializada nesta quarta-feira (30/7), promete ' poupar' 43,4% das exportações do Brasil para os EUA. Segundo a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), o Brasil exportou US$ 42,3 bilhões em 2024, com US$ 18,4 bilhões isentos graças à exclusão de 694 produtos da lista tarifária.
Combustíveis e aviões
A principal parcela das exportações brasileiras que não será afetada são os combustíveis, responsáveis por US$ 8,5 bilhões em vendas. Outros setores beneficiados incluem a aviação civil, com US$ 2 bilhões em produtos isentos, e derivados de aço e suco de laranja. Porém, o café e a carne bovina, que representaram cerca de US$ 3 bilhões em exportações, seguem na lista de produtos tarifados.
Contexto político
A ordem executiva de Trump baseia-se na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (Ieepa), de 1977, declarando uma 'nova emergência nacional' nos EUA em relação ao Brasil. O documento acusa o governo brasileiro de perseguir e intimidar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores, além de coagir empresas americanas de tecnologia a censurar discursos políticos.
A situação parece saída de uma novela política, com um mix de tensão comercial e retórica eleitoreira. O Brasil, por sua vez, se encontra no centro de uma dança diplomática que promete ter mais reviravoltas.
