Em um movimento ousado e controverso, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs um redesenho dos distritos eleitorais no Texas, com o apoio do governador local, Greg Abbott. A iniciativa visa consolidar ainda mais a hegemonia republicana na Câmara dos Representantes, potencializando a obtenção de cinco novas cadeiras para os republicanos após as eleições de meio de mandato de 2026.
Este tipo de prática, conhecido como 'gerrymandering', consiste em reconfigurar os limites territoriais dos distritos com a finalidade de favorecer um partido político em detrimento do outro. No Brasil, onde as eleições são disputadas por total de votos e não por distritos, o conceito pode soar estrangeiro, mas sua essência é universal: a luta pelo poder.
Os democratas texanos reagiram com veemência, fugindo da assembleia legislativa para evitar que a proposta fosse votada. Trata-se de uma tática desesperada para conter o avanço republicano, mas parece ter pouco efeito diante da determinação de Trump e Abbott.
Segundo Doug Spencer, especialista em direito constitucional, o redistritamento é um jogo de estratégia onde os limites políticos são tão importantes quanto as urnas eleitorais. 'Houve muito mais esforços por parte dos partidos para expandir seus territórios e reconfigurar o jogo', declarou.
Outros estados observam com atenção a jogada texana, considerando a possibilidade de adotar medidas semelhantes. Em Nova York, por exemplo, a governadora Kathy Hochul já manifestou interesse em explorar ações semelhantes, apesar das restrições legais impostas por leis estaduais que exigem comissões independentes para conduzir o processo.
Enquanto isso, os republicanos continuam a consolidar sua posição de força no Texas, onde atualmente detêm 25 cadeiras na Câmara dos Representantes contra 12 das mãos democratas. Com a nova divisão proposta, essa vantagem pode aumentar ainda mais, dificultando a recuperação da maioria democrata na Casa.
É interessante notar como a política nos Estados Unidos se transformou em uma verdadeira batalha de mapas e estratégias. Enquanto os números e as leis são argumentos frequentes, o coração do jogo sempre foi – e sempre será – a luta pelo poder.
