Em um anúncio que promete mexer com o mundo dos negócios, Donald Trump surpreendeu os mercados ao declarar a imposição de uma tarifa de 100% sobre chips e semicondutores importados para os Estados Unidos. A medida, no entanto, chega acompanhada de um misto de incertezas e expectativas. Sem detalhes concretos sobre como será aplicada, a notícia deixou empresas e fabricantes em polvorosa.
Segundo Trump, a nova taxa se estenderá a "todos os chips e semicondutores que chegam aos EUA", com isenções apenas para produtos de empresas que decidirem fabricar tais componentes no território americano. Essa promessa, entretanto, ainda não teve datas claras para entrar em vigor ou especificações sobre o volume de produção necessário para obter a exoneração.
Os efeitos dessa decisão já se fazem sentir nos mercados globais. Grandes empresas como Intel, Nvidia, Samsung e TSMC estão analisando as consequências, enquanto investidores de Wall Street interpretam o anúncio com misto de otimismo e dúvida. Por outro lado, pequenas fabricantes na Europa e Ásia, que dependem dos chips para produzir produtos essenciais como carros e eletrodomésticos, enfrentam preocupações sérias.
"Elas provavelmente não têm escala suficiente para conseguir uma isenção e não devem contar com capital excedente, nem margens suficientes, para investir em larga escala nos EUA", declarou Martin Chorzempa, pesquisador do Peterson Institute for International Economics.
Ainda que a importação isolada de chips não seja muito significativa, o impacto pode ser sentido em produtos mais complexos, como carros e smartphones. "Os semicondutores são os componentes mais caros de nossas montagens", explicou Limor Fried, fundadora da Adafruit Industries.
Para muitos, a nova tarifa pode encarecer produtos essenciais, afetando diretamente o consumidor final. "Tem chip para abrir e fechar os vidros, para o sistema de entretenimento, para comandar a parte eletrônica", lembrou Chorzempa.
Enquanto isso, Trump parece estar em uma onda protecionista que já se prolonga há algum tempo. "A América primeiro" não é apenas um slogan; é uma estratégia política que visa reforçar a indústria local e reduzir a dependência externa.