Universidades indianas enfrentam punições por retração de artigos

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Em um movimento inédito, o governo indiano anunciou que universidades com um número significativo de artigos retraídos por motivos de conduta duvidosa serão penalizadas no ranking nacional. Essa medida visa reduzir o crescente problema de retrações associadas a práticas não éticas na pesquisa.

Contextualizando: A Índia, assim como os Estados Unidos e a China, ocupa um lugar destacado em números de retrações. Enquanto nos EUA menos de 1 artigo por mil é retraído, na China são mais de 3, e na Índia, 2 por mil. A maioria dessas retrações no país está ligada a condutas duvidosas ou preocupações sobre integridade na pesquisa.

Segundo Achal Agrawal, um cientista de dados envolvido na análise, as retrações são 'uma sinalização muito importante da existência de maus comportamentos e merecem que nos concentremos nelas'. No entanto, alguns pesquisadores apontam que punir retrações pode prejudicar o mecanismo de autocorreção intrínseco da ciência.

Detalhes do sistema: O quadro de avaliação considerará as retrações nos bancos de dados Scopus e Web of Science, mas os pesquisadores defendem que a base pública da Retraction Watch também deve ser incluída. A punição variará conforme o número de retrações e se a prática ruim for identificada em padrões, não isolados.

Expectativas: Muitos esperam que essa medida incentive maior integridade acadêmica, mas outros alertam para a necessidade de equilibrar punições com incentivos à qualidade em vez da quantidade de publicações.

Carlos Souza

Carlos Souza

Sendo otimista demais pode ser ruim, mas sendo cético exagera-se o perigo. A nova política indiana é um passo ousado, mas só será eficaz se for acompanhada de mudanças profundas na cultura da pesquisa. Até lá, torço para que as retrações não se tornem apenas um número em um ranking.

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