Em um cenário geopolítico cada vez mais complexo, a União Europeia (UE) se viu no centro de uma série de eventos que destacam sua dificuldade em consolidar-se como uma potência global. Enquanto os líderes europeus participavam do somente UE-China para celebrar os 50 anos das relações bilaterais, os Estados Unidos, por intermédio de Donald Trump e Ursula von der Leyen, anunciavam um acordo comercial na Escócia que incluía taxas alfandegárias de 15% sobre produtos europeus.
A visita a Pequim ocorreu no contexto de crescentes ameaças comerciais dos EUA à Europa, o que apenas agravou as preocupações sobre o futuro das relações transatlânticas. A UE teve aqui uma oportunidade única para demonstrar força e unidade, mas, infelizmente, parece ter optado por mais derrotas do que conquistas.
Os europeus, tanto no nível institucional quanto em governos nacionais, costumam enfatizar a necessidade de usar suas ferramentas econômicas para influenciar o cenário internacional. No entanto, os resultados têm sido consistentemente decepcionantes. O comunicado do somente UE-China foi detalhado, mas falhou em mencionar medidas concretas de reciprocidade ou sanções específicas — coisas que poderiam ter tornado a relação mais equilibrada.
Para piorar, a resolução das tensões transatlânticas sobre taxas de importação foi ainda mais desanimadora. Em vez de resistir, a presidente da Comissão Européia parece ter aceitado as novas tarifas, transformando o que deveria ser uma negociação em um simples reconhecimento de derrota. Alguns analistas já concluíram que Bruxelas não apenas não resolveu, mas formalizou uma guerra comercial.
Enquanto isso, a China sorria, e os Estados Unidos comemoravam. A Europa, no entanto, parece ter ficado para trás, sem ter sequer um plano concreto para avançar. E é aqui que reside o problema maior: se a UE não consegue promover uma política geopolítica ambiciosa, quem vai?