Minhas abas do navegador estão cheias de agências de IA, não de artigos não lidos. Conheça a nova geração de ferramentas de IA que prometem revolucionar a experiência online — mas que, por enquanto, parece mais um experimento arriscado.
Quatro instâncias do ChatGPT Agent já estão abertas no meu navegador, cada uma em sua própria aba. Enquanto um tenta encontrar um presente de aniversário no site da Target, outro elabora um deck de slides sobre robôs cães. E eu ainda quero ver se a IA é boa em xadrez.
Depois de digitar algumas instruções, assisto a uma.cursor fantasioso flutuar na tela enquanto o ChatGPT Agent navega até o Chess.com e inicia um jogo online. As coisas não duram muito bem. Não foi a estratégia que confundiu a IA; foi o simples ato de mover as peças do xadrez que se revelou mais difícil. 'Estou focando na posição precisa enquanto continuo jogando, apesar dos erros iniciais', escreveu o agente em seu log interno antes de desistir e avisar que os controles eram demais para navegar.
Enquanto desenvolvedores de browsers tentam integrar IA com modicado sucesso, a recente explosão do ChatGPT Agent e do Comet, da Perplexity, abre um novo capítulo. Enquanto o Comet é uma navegador standalone que você pode usar para surfar a web e depois chamar a IA para ajudar em tarefas como escrever emails, o ChatGPT foi construído diretamente dentro de um chatbot. Você dá instruções através de uma interface web, e o bot roda sua própria navegação virtual no navegador.
Apesar do hype em torno da IA, minha primeira impressão é que o ChatGPT Agent ainda parece mais um protótipo que uma lança pronta. Enquanto executava as tarefas que lhe dei, o agente frequentemente clicou no errado ou tropeçou em erros outros. Além disso, suas barreiras pareciam inconsistentes; enquanto recusou pedidos explícitos como buscar vídeos pornôs ou 'encontrar um vibrador', ele gastou 18 minutos procurando o 'perfeito c-ring' em um site x-rated de brinquedos adultos.
Quanto mais assisto às reprises de suas ações, mais o agente me dá um sentimento perturbador e sinistro — não de ser compreendido, mas de ser imitado. Parecia que um robô obsessivo estivesse me espionando, tentando reproduzir meus movimentos online com precisão assustadora.
Para Allie K. Miller, consultora em negócios focada em IA, essa visão de um futuro cheio de agentes IA operando simultaneamente é algo que ainda parece longe de ser alcançado. Enquanto seu grupo de cinco agentes artesanais lutou para cumprir até mesmo as pequenas tarefas sugeridas pelo ChatGPT, a visão dos entusiastas de IA de milhares de bots fantasmas varrendo a web ainda parece um sonho distante.
Enquanto isso, o impacto sobre a publicidade digital é inevitável. Se meus agentes ignoram anúncios desde carros para aluguel até investimentos imobiliários, é só uma questão de tempo antes que os anunciantes percebam que os humanos estão menos presentes para ver suas mensagens.
Quanto mais tempo passo assistindo a essas simulações, mais me pergunto: estamos criando algo que eventualmente fará com que os seres humanos sejam dispensáveis na navegação online? E se a IA conseguir imitar nossas ações com tanta precisão que sequer notaremos a diferença?
