A Apple alcançou uma marca histórica: desde o lançamento do iPhone em 2007, a empresa vendeu 3 bilhões de unidades desse dispositivo revolucionário. Em um momento que mistura orgulho e ironia, Tim Cook, CEO da Apple, anunciou esse marco durante a chamada de resultados trimestrais. O curioso é que o primeiro bilhão foi vendido em nove anos, enquanto o segundo e terceiro bilhões foram alcançados em períodos também de nove anos cada.
Enquanto celebra, a Apple enfrenta desafios no mercado: caiu para o terceiro lugar em valorização na Bolsa, atrás de Nvidia e Microsoft. No entanto, as vendas do iPhone superaram expectativas, com um aumento de 13% ano a ano, gerando $44,6 bilhões em receita no trimestre — quase metade da receita total da empresa.
Há especulações de que o boom nas vendas possa estar ligado à fobia dos consumidores com os planos de tarifas de Trump nos Estados Unidos. Em junho, muitos compraram iPhones para evitar possíveis aumentos de preços. É ironia do destino: a Apple, empresa que sempre se apresentou como mensagem de resistência à globalização, teve suas vendas impulsionadas por um fenômeno tipicamente capitalista — o pânico.
O sucesso das vendas reflete também a estratégia da Apple de manter seu produto premium, criando uma imagem de exclusividade que, por vezes, parece mais uma barreira do que um atrativo. E é justamente essa aura de mistério e preço alto que pode ter ajudado na corrida às compras.