Um estudo recente realizado por médicos da Universidade de Hangzhou, na China, revelou que o número de mulheres com artrite osteoartrosa após a menopausa mais do que dobrou entre 1990 e 2021. Publicado na revista BMJ Global Health, o trabalho analisou dados de 204 países, incluindo o Brasil, e constatou um aumento de 133% nos casos da doença.
Os pesquisadores também observaram que o número de mulheres que perderam anos de vida saudável devido à artrite pós-menopausa cresceu impressionantes 142% no mesmo período. Entre as principais articulações afetadas, os joelhos são os mais comuns, seguidos pelas mãos, especialmente entre mulheres com idade entre 55 e 64 anos.
De acordo com a reumatologista Isabella Monteiro, do Hospital Einstein Israelita em Goiânia, o declínio natural de estrogênio durante a menopausa é um dos principais fatores responsáveis pelo aumento da incidência da doença. O hormônio estimula a manutenção da cartilagem articular e controla as inflamações no corpo. Sem ele, o ambiente corporal se torna mais propenso a processos inflamatórios, acelerando o desgaste da cartilagem.
Além disso, fatores como obesidade, ganho de peso e alterações musculares associadas ao envelhecimento também contribuem para o desenvolvimento da doença. A obesidade, por exemplo, sobrecarrega as articulações e libera citocinas inflamatórias, agravando ainda mais o quadro.
Para prevenir ou minimizar os impactos, especialistas recomendam uma combinação de exercícios físicos regulares, dieta balanceada, ingestão adequada de cálcio e vitamina D, além de abandonar o tabagismo. A prática de atividades físicas, especialmente aquelas que fortalecem a musculatura, ajuda a estabilizar os ossos e reduzir o desgaste das articulações.
As mulheres devem começar a realizar check-ups da saúde óssea a partir dos 45 anos ou assim que surjam sintomas precoces da menopausa. Procedimentos como a densitometria óssea são essenciais para avaliar o estado das articulações e ossos.
