Enquanto o planeta arde e os oceanos se alagam, Belém prepara-se para sediar a COP30, a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas. Mas há um problema: os hotéis cobram preços exorbitantes, ameaçando a participação de países pobres e vulneráveis. Em um cruel paradoxo, o evento que deveria unir as nações para combater a crise climática pode se transformar num palco de exclusão.
Os altos preços das hospedagens colocam em risco a legitimidade da conferência. Com um orçamento limitado de US$ 143 por dia, países como Tuvalu, Liberia e Angola enfrentam diárias que chegam a US$ 700. Mesmo com promessas de plataforma de preços acessíveis, a realidade é dura: a maioria dos quartos está acima de US$ 300.
André Corrêa do Lago, presidente da COP30,承认 que os altos preços podem inviabilizar a vinda dessas nações. "Temos que encontrar uma maneira de que eles possam estar em Belém. Com a ausência dos países pobres, ficaria uma COP sem legitimidade", declarou.
Mesmo tentando soluções como a construção do Vila COP e o aluguel de navios hotéis, o governo do Pará parece incapaz de conter os preços. As organizações da sociedade civil também estão afetadas, com custos que chegam a R$ 77 mil por estadia.
É um momento crítico para o Brasil mostrar sua capacidade de sediar uma COP participativa e justa. Se fracassar nisso, será mais uma prova da hipocrisia ambiental em que insistimos em viver.