Em um movimento que mistura estratégia econômica e doses generosas de ironia, o Brasil viu-se obrigado a parar de exportar 500 mil sacas de café para os Estados Unidos desde que Donald Trump anunciou seu polêmico tarifaço. A situação é ainda mais engraçada se considerarmos que um terço do café consumido pelos americanos vem do nosso país, numa espécie de dependência inversa.
Agora, os produtores brasileiros estão atolados em uma dança das cadeiras diplomática. Enquanto negociam para entrar em uma lista de isenções – como se estivessem tentando ganhar um concurso de beleza –, o que podemos fazer é torcer para que a cafeicultura não virasse um café com leite de empregos e investimentos no Espírito Santo, São Paulo e Minas Gerais.
Espevitando-se um pouco, é interessante notar como o mundo das tarifas funciona. Enquanto o café brasileiro segue pagando a sobretaxa de 50%, países como Vietnã, Colômbia e Etiópia – que já parecem ter desistido de ser competitivos – receberam taxas mais amigáveis. É quase como se Trump tivesse decidido jogar o café brasileiro no esgoto da economia global.
Enquanto isso, o governo do Espírito Santo está pensando em pacotes de ajuda para os pequenos produtores e empresários. Trata-se de uma medida que beira a heroicidade, num cenário onde os Estados Unidos usam as tarifas como se fossem peças de um jogo de xadrez gigante. E é justamente esse tipo de iniciativa que faz com que o café brasileiro volte a ser tema de conversa – mas não necessariamente nas mesas dos americanos.
Para fechar, podemos dizer que Trump conseguiu transformar o café em uma espécie de guia do mochileiro da economia global. Agora, é só aguardar para ver se a cafeicultura brasileira vai virar um meme ou um exemplo prático de como as tarifas podem afundar até os melhores negócios.