Em meio à tensão política que permeia Brasília, o Supremo Tribunal Federal (STF) volta a ser centro de atenção. Nesta semana, uma decisão histórica foi tomada: um réu envolvido nos atos golpistas de 8 de janeiro foi filmado sentando-se na cadeira do Xandão, símbolo da Justiça brasileira. Em um vídeo chocante, Fábio Alexandre de Oliveira exibia uma mistura explosiva de arrogância e desrespeito, declarando: "Aqui é o povo que manda nessa porra!".
Esta não é apenas uma notícia de política ou Justiça. É um reflexo da crise profunda que assola o país. Enquanto ministros do STF votavam pela condenação de Oliveira, com penas variando entre 15 e 17 anos, o próprio réu parecia encarnar a figura do justiceiro autoproclamado. Usava luvas para evitar ser identificado pelas digitais e uma máscara contra gases, elementos que reforçavam a ideia de que seu objetivo não era apenas protestar, mas confrontar.
É curioso como esse caso reflete a natureza humana em situações extremas. Enquanto alguns buscam Justiça formal, outros tentam impor "justiça" com as próprias mãos — ou, nesse caso, sentando-se na cadeira do ministro que julga esses mesmos atos. No Brasil, onde a impunidade ainda é um problema sério, ver alguém tentar fugir dela deixa claro o quanto acreditar em Justiça é uma batalha diária.
Ainda que o plenário virtual da Primeira Turma tenha formado maioria por condenação, o fato de dois ministros divergirem na pena reflete a complexidade do julgamento. Flávio Dino e Alexandre de Moraes, por exemplo, optaram por 17 anos, enquanto Cristiano Zanin propôs algo menor, com 15 anos. Esse debate dentro do STF não é só sobre números; é sobre o peso da Justiça no país.
Enquanto isso, o Brasil aguarda para ver se a Justiça prevalece ou se mais um capítulo da nossa triste história de violência e radicalismo será escrito. O que importa, afinal, é como cada um encara a ideia de Justiça — seja sentando em uma cadeira do STF ou defendendo-a no tribunal.