Membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) não são conhecidos apenas por sua atuação criminosa, mas também por suas ações no mundo jurídico. Joaquim Pedro Morais Filho, um dos integrantes dessa facção, protagoniza uma história inusitada: ele ingressou com 137 processos no Supremo Tribunal Federal (STF) em menos de um ano. Entre os pedidos mais curiosos, estão ações contra figuras internacionais como o presidente russo Vladimir Putin e o chavista Nicolás Maduro, além do próprio presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Em um gesto que beira o surrealismo, Joaquim pediu inclusive que o STF determinasse a ilegalidade das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em outra ocasião, tentou envolver o hacker Walter Delgatti e a deputada Carla Zambelli em um pedido de habeas corpus, demonstrando uma compreensão do sistema jurídico que transcende o comum.
Para completar, ele já havia protocolado pedidos contra nomes como Jair Bolsonaro e até mesmo Marcola, o chefão do PCC. Até a ex-presidente Dilma Rousseff não escapou de suas atenções, embora as motivações por trás desse volume absurdo de processos ainda sejam um mistério.
É raro que um único cidadão gere tantas polêmicas no STF. O fato leva a questionamentos sobre o sistema brasileiro de justiça: como é possível que alguém, sem aparente conhecimento jurídico profundo, gere tanta movimentação em um tribunal tão respeitado?
Enquanto isso, o STF, comandado por Luís Roberto Barroso, tem se mostrado consistente em rejeitar essas ações. No entanto, a constatação é inevitável: estamos diante de um fenômeno social que transcende o universo do crime organizado e reflete distorções profundas na nossa realidade.