Uma nova pesquisa sugere que a cafeína pode ajudar certas bactérias a resistir a antibióticos, potencialmente reduzindo o efeito terapêutico desses medicamentos. O estudo, publicado na revista PLOS Biology, focou no Escherichia coli (E. coli) e descobriu que a cafeína pode diminuir a produção de um proteína transportadora chamada OmpF, que ajuda a introduzir antibióticos como a ciprofloxacin e a amoxicilina nas células bacterianas.
Essa descoberta não deve preocupar os amantes do café ainda, pois muitos fatores não foram estudados em profundidade. especialistas ressaltam que o impacto da cafeína na resposta humana a antibióticos ainda precisa ser investigado. "Nenhum estudo até agora sugere que beber café afetará a resposta de uma pessoa a antibióticos", disse Andrew Edwards, professor de microbiologia molecular na Imperial College London.
Os pesquisadores da Universidade de Tübingen, na Alemanha, analisaram como setembro genes envolvidos no transporte dentro do E. coli respondiam a diferentes compostos químicos. Dos 94 substâncias testadas, 28 alteraram a atividade desses genes. Além da cafeína, outros compostos como o paraquat (um herbicida) e certas classes de antibióticos também tiveram efeito.
Conectando ao cotidiano brasileiro: No Brasil, onde o café é uma parte essencial da rotina, essa descoberta abre um debate sobre a complexa relação entre dietas, medicamentos e saúde. Enquanto mais pesquisas são necessárias para entender os verdadeiros impactos, é importante refletir como nossas escolhas diarias podem ter efeitos surpreendentes na microbiologia.