Carmen em Baalbek: uma renaissance no Líbano

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Em plena cidadela romana de Baalbek, o templo de Baco é tingido pelas cores das projeções de pinturas do artista libanês Nabil Nahas. No palco antigo, Marie Gautrot interpreta Carmen, Julien Behr assume o papel de Don José, Jérôme Boutillier é Escamillo e Vannina Santoni vive Micaëla. Nesta produção cosmopolita, os quatro solistas franceses contam com o apoio de cantores líricos libaneses. A orquestra é formada por músicos romenos.


As vozes chegam até os cafés ao ar livre que rodeiam o local, num espetáculo de beleza sem igual. Enquanto o tempo ainda está dedicado a ensaios, na quarta-feira 23 de julho, os artistas se reuniram com o coral libanês e os dançarinos (libaneses e brasileiros) em Beirute inicialmente, depois em Baalbek, no leste do país. Lá, Carmen abrirá, na sexta-feira 25 de julho, um festival antigo e renomado.


Para esta primeira apresentação, mais de 2.000 espectadores são esperados. Apesar da instabilidade no Líbano – onde o exército israelense continua a realizar ataques diários em violação ao cessar-fogo, principalmente no sul do país, afirmando que visam responsáveis e locais do Hezbollah – não desanimou os cantores líricos e músicos estrangeiros de participarem.

João Silva

João Silva

Enquanto o mundo assiste a mais um capítulo da tensão no Oriente Médio, é incrível ver como a arte consegue transcender fronteiras e unir povos. Em Baalbek, Carmen não apenas renasce como também se transforma em uma mensagem de esperança e resistência. Sempre admirei essa capacidade da música em superar obstáculos, inclusive políticos.

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