Ciência sem nome: como o anonimato nas candidaturas elimina vieses e abre portas para pesquisadores

Em um experimento revolucionário, um centro de pesquisa na Austrália descobriu que o anonimato nas candidaturas para uso de equipamentos científicos sofisticados pode eliminar vieses sistemáticos e promover uma maior equidade no acesso a recursos.

Quando os nomes e afiliações dos candidatos foram omitidos, mais pós-doutorandos conseguiram acessar仪器 como o 'Dingo', um instrumento de raios neutros, que antes eram dominados por pesquisadores experientes e bem-known. A análise mostrou que mulheres e pesquisadores em estágios iniciais tiveram maior sucesso após a implementação do processo anônimo, enquanto os taxas de aprovação para pesquisadores mais experientes diminuíram.

Essa mudança, apoiada por estudos como o publicado na Research Evaluation, sugere que o anonimato pode 'nivelar o campo' e contribuir para a retenção de talentos diversificados na ciência. "Se uma ideia é original e brilhante, não deve importar quem a escreveu", disse Priyamvada Natarajan, astrophisica teórica da Universidade de Yale.

Enquanto isso, o viés de prestígio, que leva revisores a dar preferência a cientistas experientes ou renomados, parece ser universal em diferentes áreas do conhecimento. "Isso não é só sobre telescópios", observou John Carpenter, que estuda discos protoplanetários.

Apoiando-se no trabalho de Isabelle Kingsley e sua equipe, que testaram a metodologia em quatro centros na Austrália, o estudo analisou mais de 4.500 candidaturas e descobriu que os pós-doutorandos tiveram um aumento significativo em suas taxas de sucesso, passando de 61% para 78%, enquanto as taxas de aprovação para pesquisadores experientes caíram de 61% para 50%.

A adoção desse modelo, que já é utilizada por observatórios como o James Webb Space Telescope e a European Southern Observatory, pode ajudar a construir um futuro onde a diversidade e a meritocracia sejam prioridades na ciência.