Em um marco histórico para a medicina no Brasil, os médicos do Distrito Federal realizaram as primeiras cirurgias de joelho e quadril com assistência robótica no Centro-Oeste. A tecnologia inovadora utiliza um robô para guiar os movimentos do cirurgião, garantindo maior precisão, segurança e resultados mais satisfatórios para os pacientes.
Uma revolução na ortopedia
A primeira cirurgia de joelho foi realizada no dia 10 de julho, seguida por uma cirurgia de quadril quatro dias depois. Até então, pacientes que necessitavam desse tipo de procedimento tinham que se deslocar para outros estados. Agora, com a chegada da robótica médica, o DF se torna referência em tratamento avançado.
A diferença entre a cirurgia tradicional e a robótica está no planejamento digital detalhado e na execução assistida pelo robô. Antes do procedimento, o médico realiza um mapeamento 3D da região a ser operada, baseando-se em exames de imagem. Com essas informações, é possível simular diferentes estratégias cirúrgicas e escolher aquela que oferece os melhores resultados.
Durante a cirurgia, o braço robótico guia o cirurgião com alta precisão, impedindo desvios em relação ao plano traçado. Essa tecnologia não apenas reduz riscos de complicações, mas também acelera a recuperação dos pacientes e minimiza a dor pós-operatória.
"O retorno às atividades do dia a dia e às atividades físicas costuma ser mais seguro e precoce", afirma o médico Anderson Freitas, que realizou a primeira cirurgia de quadril com o robô no DF. A tecnologia também ajuda a evitar complicações como deslocamentos da prótese e diferenças no comprimento das pernas.
Para quem é indicado?
A cirurgia robótica pode ser indicada para qualquer paciente que precise de uma prótese de joelho ou quadril, mas é especialmente vantajosa em casos mais complexos ou que exijam alto grau de precisão. "Pacientes com deformidades ou diferença no comprimento das pernas se beneficiam ainda mais da tecnologia", destaca Freitas.
Por enquanto, o equipamento está disponível apenas na rede particular. A expectativa dos especialistas é que, com o tempo, a tecnologia se torne mais acessível e possa chegar à rede pública. "Na França, o sistema já é usado em hospitais públicos. Acreditamos que isso possa acontecer também no Brasil com apoio do governo e capacitação das equipes", afirma Paulo Henrique.