Imagine um cenário onde as operadoras de planos de saúde, que muitas vezes enfrentam problemas para reajustar seus serviços, agora estão contribuindo diretamente para reduzir as longas filas do SUS. A partir deste mês, elas começarão a atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), num programa inovador chamado Agora tem especialistas.
Como funciona? As empresas pagam parte de suas dívidas com o governo ao oferecer atendimentos especializados. No primeiro ciclo, R$ 750 milhões em débitos serão convertidos em serviços médicos.
A iniciativa atua em seis áreas prioritárias: oncologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia, ginecologia e otorrinolaringologia. As operadoras podem atuar onde há maior necessidade, identificada pelos estados e municípios.
Quem será atendido? Os pacientes não farão as marcações diretamente; os encaminhamentos virão do SUS. O sistema público organizará a fila de atendimento, definindo quando e onde o usuário será atendido por uma clínica ou hospital privado.
O pagamento é justo? Sim. As operadoras receberão um pacote que inclui consulta, exames e procedimentos cirúrgicos, não pagamentos individuais por serviço.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fiscalizará as empresas para garantir que os beneficiários dos planos não sejam prejudicados. As operadoras com dívidas acima de R$ 10 milhões podem trocar até 30% desse valor por atendimento, reduzindo assim sua carga tributária.
Para especialistas como Darizon Filho e Pedro Stein, a medida é uma solução prática para o problema crônico das filas no SUS, mas deve ser monitorada de perto. A eficácia depende da fiscalização rígida e da transparência nas operações.
Conclusão: O programa Agora tem especialistas é um passo ousado na gestão da saúde pública brasileira, mas o sucesso dependerá de vários fatores, incluindo a aderência das operadoras e a capacidade dos municípios em gerir os fluxos de atendimento.