O cheiro da Play-Doh e o direito autoral: uma história de identidade olfativa

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Quando se fala em Play-Doh, o cheiro é tão icônico quanto a própria massa de modelar. No Brasil, talvez nem todos saibam, mas os EUA protegem o aroma desse clássico como uma marca registrada. Enquanto na França, parece que o odor não teria direitos autoriais — ou pelo menos ninguém pensou nisso até hoje.


Em maio de 2018, a Play-Doh registrou formalmente seu aroma: "doce, levemente adocicado, perto da baunilha, notas de cereja e cheiro natural de uma massa para pão salgado". Essa descrição única se tornou parte da memória coletiva, associando o odor à própria experiência de modelar.


Para quem nunca teve a chance de experimentar a Play-Doh, como Amélie Bourgeois, parfumeuse e cofundadora do Studio Flair, os aromas doces lembram logo a Danette com baunilha e amêndoa da cola Cléopâtre. É fascinante como esses cheiros marcantes se agarram à nossa memória, ainda que o objeto tenha sido manipulado por irmãos e primos.


No Brasil, é curioso pensar como a identidade olfativa é usada no marketing. Nossas marcas também têm aromas icônicos? E quão longe podemos ir para protegê-los? Talvez seja hora de refletir sobre o valor que damos àqueles pequenos prazeres sensoriais que moldam nossas memórias.

Camila Fernandes

Camila Fernandes

É engraçado pensar que, no Brasil, ainda estamos nos acostumando com a ideia de proteger marcas não apenas visualmente, mas também pelo que elas transmitem. Enquanto isso, na Play-Doh, o cheiro é mais do que um aroma — é uma lembrança que dura para sempre.

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