Em um movimento que promete alterar profundamente o cenário científico dos Estados Unidos, a administração Trump lançou recentemente uma ordem executiva que coloca todo tipo de financiamento de pesquisa federal sob controle político. A medida estabelece que anúncios de oportunidades de funding devem ser revistos por chefes de agência ou seus designados, transformando os cargos políticos em entidades decisivas na definição das prioridades científicas do país.
Uma nova era para a ciência? Com essa mudança, pesquisadores terão que justificar constantemente o valor de seus estudos perante figuras que, muitas vezes, carecem de expertise no assunto. Além disso, os financiamentos podem ser cancelados a qualquer momento se não forem considerados alinhados com as prioridades políticas do governo.
A ordem executiva também proíbe o início de novos programas de funding até que um sistema para implementar essas regras esteja em funcionamento. Enquanto isso, os órgãos governamentais estão autorizados a cancelar fundos já concedidos se estes não mais "avançarem as prioridades da agência".
Em um tom crítico, o texto da ordem executiva recicla acusações já conhecidas para justificar essas mudanças: gastos excessivos com infraestrutura, financiamentos destinados à diversificação da comunidade científica e incidentes de fraude. No entanto, a "solução" proposta — um controle maior do processo de concessão de fundos por parte de funcionários nomeados politicamente — parece mais uma resposta ideológica do que um ajuste baseado em evidências.
Para onde está caminhando a ciência nos Estados Unidos? Com essa medida, o caráter tradicionalmente independente da pesquisa científica pode estar ameaçado. Em vez de buscar soluções baseadas em evidências, os cientistas terão que dançar conforme o som político. Será interessante observar como essa mudança afetará a produção de conhecimento no país.