Em um balanço que soa quase irônico, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) mantêm seus investigados em cargos estratégicos, apesar das evidências de corrupção reveladas pela Operação Alta Conexão. A investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), aponta que os líderes do esquema continuam influenciando setores sensíveis da máquina pública.
Francisco José da Costa, considerado um operador-chave pelo MPDFT, foi afastado judicialmente. No entanto, Renato Santanna, Eliane Bonifácio e Aurélio Rodrigues de Castro, que também estavam no centro das acusações, retornaram às atividades após 40 dias de afastamento temporário – agora em cargos diferentes dos anteriores. A Novacap argumenta que esses servidores foram realocados para departamentos distantes das suas funções originais, mas a verdade é que ainda exercem influência na estatal.
Enquanto isso, o Ministério Público insiste em medidas mais drásticas, como buscas e apreensões, para desmantelar de vez essa rede criminosa. A Operação Alta Conexão, deflagrada em 2022, já havia apreendido documentos e efetuado prisões, mas a estrutura do esquema parece ter resistido ao impacto. Com influência política e administrativa, os envolvidos buscam blindar-se das investigações e manter o controle sobre setores estratégicos.
A Novacap garante que está cooperando com as autoridades, mas a realidade é outra: a corrupção continua circulando pelas entranhas do poder público. Enquanto isso, os brasileiros pagam o preço por essa dança de ilusões e impunidade.