Em meio a uma tensa troca de acusações entre El Salvador e Venezuela, o presidente Nayib Bukele rebateu duramente o governo do venezuelano Nicolás Maduro. A crise diplomática teve início após a Procuradoria-Geral da Venezuela abrir uma investigação contra Bukele e outras autoridades salvadorenhas, acusadas de crimes contra a humanidade. Os supostos abusos ocorreram durante a detenção de 252 imigrantes venezuelanos deportados pelos Estados Unidos.
A troca de prisioneiros entre Washington e Caracas marcou o ápice desse conflito. Em troca da libertação de dez cidadãos americanos presos na Venezuela, os EUA conseguiram a repatriação de 252 imigrantes venezuelanos que permaneceram quase quatro meses em uma prisão salvadorenha. Foi um movimento político de alto impacto, onde o poder e a diplomacia se entrelaçaram de forma surpreendente.
Bukele, em suas redes sociais, acusou Maduro de ter aceitado o acordo de troca por motivações egoístas, e agora estaria 'gritando' por não mais manter reféns dos Estados Unidos. Ele pareceu minimizar a situação, destacando que os imigrantes venezuelanos estavam em território salvadorenho e que as condições de detenção foram impostas pelo governo norte-americano.
De acordo com o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, os imigrantes sofreram abusos sexuais, espancamentos diários e tiveram alimentos estragados fornecidos. No entanto, após depoimentos, os detentos começaram a se reunir com suas famílias, passando por exames de saúde e recebendo novos documentos.
Esta crise reflete não apenas a tensão entre El Salvador e Venezuela, mas também a complexa dinâmica de power plays na região. Ao mesmo tempo em que Bukele tenta desviar a atenção para as ' chantagens' de Maduro, é difícil negar que os dois governos estão lidando com consequências de suas próprias políticas internas e externas.