Uma descoberta revolucionária na China está mudando nossa compreensão sobre a evolução humana. Em um local remoto do sul do país, arqueólogos encontraram 21 dentes humanos com idade de pelo menos 300 mil anos. Esses fósseis pertencem a um grupo misterioso de hominídeos que viveu durante o Pleistoceno Médio.
O que mais surpreende é a mistura inusual de características primitivas e modernas nos dentes. Eles combinam raízes espessas e robustas, semelhantes ao Homo erectus, com a redução do tamanho dos dentes do siso, uma marca registrada do Homo sapiens. Essa fusão única levou os cientistas a especular que esses hominídeos могли ter se cruzado geneticamente com outros grupos.
O estudo, publicado no Journal of Human Evolution, desafia a ideia tradicional de que a evolução humana foi exclusivamente linear e centrada na África e na Europa. Em Hualongdong, os fósseis pertencem a um povo cujas características não cabem em uma única categoria: suas proporções corporais lembram o Homo erectus, mas os traços faciais são mais modernos.
Recentemente, outras descobertas na Ásia vêm desafiando nossa visão da evolução humana. Em 2019, foi identificada a espécie Homo luzonensis nas Filipinas, e na China surgiram os fósseis de Homo longi e Homo juluensis. Essas发现 indicam que a Ásia foi um laboratório de experimentos evolutivos únicos.
Como destacou Bermúdez de Castro, os achados em Hualongdong nos lembram que a evolução humana não foi uma linha reta. Foi um processo complexo, cheio de bifurcações e experimentos, com resultados anatômicos surpreendentes.