Em recente visita à Nova Zelândia, o diretor do FBI, Kash Patel, inaugurou a primeira sede do bureau no país, movendo-se para um local que promete causar tensões políticas na região do Pacífico Sul. Em discurso conturbador, Patel declarou que a nova empreita visa contrabalançar a influência chinesa na área, o que não foi recebido com entusiasmo pelas autoridades neozelandesas.
Em reuniões com alto-ranking officials, os ministros do governo de Wellington demonstraram descontentamento discreto com as declarações de Patel. Austrália, Canadá e Reino Unido, membros da aliança 'Five Eyes', já mantêm unidades do FBI em seus territórios, mas a Nova Zelândia, o menor parceiro do grupo, tem enfrentado pressão para alinhar-se com os Estados Unidos na disputa comercial contra a China.
Os comentários de Patel não foram recebidos com entusiasmo nem localmente. Em redes sociais, internautas encheram as páginas oficiais do governo com críticas e prometeram protestos. Analistas locais apontaram que o discurso do diretor americano reforça a divisão geopolítica na região, colocando a Nova Zelândia no centro de um dilema diplomático.
Enquanto isso, Pequim já manifestou irritação com as declarações, afirmando que cooperações internacionais não devem ser direcionadas contra terceiros. "A China acredita que a cooperação entre países deve ser construída sobre princípios de respeito mútuo e não alvos específicos", disse um porta-voz do ministério das Relações Exteriores.
Para Jason Young, professor de relações internacionais na Victoria University of Wellington, a atitude dos Estados Unidos reflete uma estratégia para isolamento da China na região. "A Nova Zelândia tem historicamente evitado apontar países individualmente em discussões sobre tensões regionais", destacou ele.
Ao final, a abertura do escritório do FBI em Wellington não foi celebrada com entusiasmo local, mas sim com preocupações sobre o impacto na diplomacia e na relação com a China, maior parceira comercial do país.
FBI abre escritório na Nova Zelândia e provoca tensão diplomática


É fascinante como pequenos gestos internacionais podem desencadear tamanha complexidade geopolítica. O FBI em solo neozelandês é, no mínimo, simbólico – e um tanto irônico. Será que os agentes americanos estão prontos para investigar até o próprio albergador? Enquanto isso, a China assiste de camarote, mantendo-se serena... ou não?
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