Em pleno coração do Brasil, Florianópolis emerge como um dos principais portos de entrada para milhares de imigrantes que buscam uma nova chance no país. De acordo com o atlas da Udesc, divulgado recentemente, a cidade é a mais procurada por haitianos, venezuelanos e argentinos, entre outros povos. Santa Catarina, como um todo, tem se transformado em um ponto de convergência para essas comunidades, que trazem consigo histórias de lutas, sonhos e desafios.
Os dados compilados pelo estudo revelam uma realidade complexa. Enquanto a maioria dos imigrantes encontra em Florianópolis um lar provisório, outros optam por radicar-se no estado, contribuindo para o seu desenvolvimento econômico e cultural. No entanto, esse fluxo migratório não é sem desafios. Comunidades locais precisam se adaptar a essa nova realidade, promovendo políticas públicas que garantam o acolhimento digno e combatendo o preconceito.
Entre as dificuldades enfrentadas estão a xenofobia, o acesso limitado a serviços básicos e a necessidade de adaptar infraestruturas para atender às demandas crescentes. Como lembra Maria José Suarez, da pastoral do Migrante, é essencial que políticas públicas acompanhem esse crescimento, evitando que o sentimento anti-imigratório se instale.
Enquanto isso, histórias como a de Maikel Nino Lahera, um imigrante cubano que deixou para trás seus filhos no país, ilustram a dor e a esperança que acompanham essa jornada. "O coração fica apertado", confessa ele, em meio a lágrimas.
Florianópolis, com seu jeito único de ser, é hoje um microcosmo da diversidade brasileira. Ela abre suas portas para quem procura refúgio e oportunidades, mas também desafia aqueles que já estão aqui a repensar o que significa acolher de verdade.