A Fratura no Mundo de Trump e os Dinossauros da Criptografia

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Em um mundo onde os romances turbulentos e as alianças políticas são tão comuns quanto a própria respiração, o universo de Trump e a indústria da criptografia se encontram em um ponto de virada. O que prometia ser um 'golden age' para os ativos digitais transformou-se em uma batalha campal entre pesos-pesados do setor e a Casa Branca. Enquanto isso, as duas casas legislativas dos Estados Unidos tentavam unir dois projetos de lei que prometiam estabelecer um marco regulatório para as criptomoedas, o que poderia garantir um futuro de lucros para os envolvidos.


Do amor ao ódio: a ascensão e queda das alianças


A relação entre Trump e o universo da criptografia sempre foi cheia de promessas. Desde que o presidente introduziu sua própria 'meme coin' até os negócios envolvendo seus filhos Eric e Don Jr., a família Trump pareceu estar em sintonia com as tendências do mercado. No entanto, como muitas histórias de amor, essa parceria começou a mostrar fissuras.


Os conflitos não foram apenas sobre política ou ideologia, mas sim sobre o poder de moldar o futuro da indústria. Enquanto Coinbase e Andreessen Horowitz (a16z) buscavam unir dois projetos de lei — o GENIUS Act e o CLARITY Act — para estabelecer um quadro regulatório claro, a administração Trump insistia em manter essas discussões separadas. A White House não estava interessada em acelerar um acordo que could have beneficiado os dois lados, preferindo manter o status quo.


Para muitos observadores, essa disputa é apenas a ponta do iceberg de uma crise maior: a percepção de que os investidores da criptografia estão se distanciando de Trump. Enquanto o presidente e sua equipe tentam reforçar seu apelo para os doadores, a impaciência dos investidores com os resultados está crescendo. Com mais de $250 milhões arrecadados por meio de PACs ligados à criptografia, os contribuintes esperavam ver um retorno em forma de regulamentação favorável.


Das promessas às decepcionantes realidades


Ao contrário do que muitos previam, a ascensão da criptografia durante a administração Biden não trouxe um ambiente propício para os negócios. Em vez disso, reguladores como a SEC passaram a processar empresas como Coinbase e Kraken, argumentando que seus produtos devem ser tratados como títulos. Essa abordagem mais hostil fez com que muitos investidores se voltassem para Trump, vendo nele um aliado mais confiável.


Contudo, a promessa de Trump de tornar os Estados Unidos a 'capital global da criptografia' começou a perder força. Em vez de unir esforços para passar uma legislação abrangente, as duas partes se viraram contra si mesmas, com acusações de que um estava tentando 'fazer politicagem' ao custo do outro.


Para James Angel, professor de finanças na Universidade de Georgetown, a situação é emblemática: 'É o exemplo clássico de 'cuidado com o que você pede'. A falta de clareza no projeto de lei é tão grande que pode acabar resultando em mais problemas do que soluções.'


Enquanto isso, a administração Trump continua a enviar sinais mistos. De um lado, promete uma abertura para as empresas que se alinharem totalmente com sua agenda. Do outro, ameaça punições severas para aqueles que tentarem buscar apoio em ambos os lados do espectro político.


Para a indústria da criptografia, parece que o conselho é claro: 'Se você está conosco, tem chances de sucesso. Se não, prepare-se para fracassar.'


Afinal, como disse um membro sênior da administração Trump, 'Bem-vindo ao Congresso. Você é só mais um que será engolido aqui.'

Ana Paula Costa

Ana Paula Costa

Enquanto os Estados Unidos se debatem entre promessas e fracassos na regulamentação das criptomoedas, o mundo assiste a uma história de amor e ódio que poderia ter sido evitada. Trump, com sua habilidade única de transformar alianças em guerra particular, prova mais uma vez que o poder é, sim, algo bem brasileiro.

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