Uma dupla do Rio de Janeiro utilizou a inteligência artificial para criar perfis falsos de motoristas e passageiros, aplicando um golpe de R$ 115 mil contra a Uber. A operação, realizada pela Polícia Civil, resultou no cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão em desfavor de Pedro Pascoli Plata Souza e Yasmim Gusmão Soares.
Os criminosos criaram aproximadamente 70 perfis de motoristas com IA, muitos dos quais eram controlados por Pascoli fingindo ser outras pessoas. Eles também forjaram contas de passageiros, solicitando viagens via Pix, método que realiza a cobrança antes do cliente embarcar.
Entre as manobras fraudulentas, os suspeitos incluíam várias paradas nos trajetos, o que encarecia as corridas. No entanto, esses adicionais nunca eram pagos, deixando dívidas 'pendentes' na conta dos passageiros. A Uber, entretanto, cobria todos os valores e repassava os montantes completos para os 'motoristas'.
Das 1.922 viagens suspeitas identificadas, 797 foram concluídas por meio de 484 contas de usuários. Desses, 478 estavam ligadas ao mesmo endereço residencial de Pascoli. As viagens foram realizadas por 73 motoristas, cujas contas bancárias estavam todas no nome de Yasmim Gusmão.
A Polícia Civil identificou que 69 das 73 contas de motoristas haviam fraudado o sistema de verificação de identidade da Uber, utilizando fotos manipuladas digitalmente. Nessas imagens, rostos de outras pessoas foram 'colados' sobre o rosto de um homem com tatuagens semelhantes às de Pascoli.
A Uber colaborou integralmente com as investigações, identificando as irregularidades por meio de seus mecanismos antifraude e denunciando os casos. A empresa utiliza análises manuais e sistemas automatizados de aprendizado para detectar comportamentos fraudulentos, analisando mais de 600 tipos de sinais.