Recentemente, especulações sobre os EUA desligarem o sinal de GPS para o Brasil têm causado preocupação. Mas saiba que boa parte das nossas atividades econômicas não seriam afetadas, pois já contamos com outros sistemas globais de navegação como o GLONASS, Galileo e NavIC.
No passado, os EUA já introduziram erros deliberados no GPS para impedir que outras nações usassem o sistema para fins militares. Hoje, entretanto, a adoção de soluções alternativas tornou nossa dependência do GPS menos preocupante. Smartphones brasileiros, por exemplo, já suportam múltiplas constelações de satélites para garantir precisão.
Apesar disso, o maior desafio não está no hardware, mas nos softwares. Muitos sistemas essenciais são produtos de empresas norte-americanas, e substituí-los por soluções locais ou de código aberto seria um processo lento, mas possível.
A Europa já investe em reduzir a dependência tecnológica dos EUA, enquanto a China alcançou independência na arquitetura de CPUs e sistemas operacionais. Esses exemplos mostram que é possível construir uma base tecnológica mais autônoma.
No Brasil, ainda há resistência em adotar soluções locais, preferindo gaiolas douradas de empresas estrangeiras. Para avançar, é fundamental incentivar a inovação e reduzir nossa dependência tecnológica, especialmente na área de inteligência artificial.
Afinal, do ponto de vista tecnológico, as big techs dos EUA não possuem segredos que as tornem insubstituíveis. Com investimento adequado, podemos construir uma indústria tecnológica local robusta.