Recentemente, o CEO do GitHub, Thomas Dohmke, compartilhou em seu blog uma visão interessante sobre a evolução dos desenvolvedores de software diante da ascensão da inteligência artificial (IA). Em essência, ele sugere que os melhores desenvolvedores já passaram de simplesmente escrever código para arquitetar e validar o trabalho implementado por agentes de IA.
Dohmke lembra de um post anterior, de março deste ano, onde reiterava a afirmação do CEO da Anthropic, Dario Amodei, de que em breve, 90% a 100% do código será gerado por IA. Para suportar essa visão, ele cita entrevistas recentes com 22 desenvolvedores que usam ferramentas de IA, identificando quatro estágios de maturidade no uso da IA: desde o cético, ao explorador, ao colaborador e finalmente ao estrategista.
No último estágio, segundo Dohmke, os desenvolvedores já não escrevem código, delegando essa tarefa para a IA, mas se concentram em refinamento de prompts e revisão da implementação gerada. Ele ressalta que, apesar disso, o código gerado pela IA deve ser criteriosamente examinado, e que os desenvolvedores precisarão compreender os fundamentos da programação, algoritmos e estruturas de dados, além de continuar realizando revisões manuais de código.
Entretanto, Dohmke alerta que a educação em ciência da computação precisa se adaptar para abordar temas como o entendimento de sistemas, depuração de código gerado por IA e a expressão clara de ideias tanto para humanos quanto para modelos de linguagem grandes (LLMs). Ele sugere que conceitos como abstração, decomposição e especificação devem ser ensinados não como etapas prévias à codificação, mas sim como 'o novo código'.
Enquanto isso, a Microsoft, dona do GitHub, parece estar enfrentando problemas com o desempenho da plataforma. Em uma discussão no Hacker News, um desenvolvedor relatou que desde que começaram a reescrever tudo em React, a performance do GitHub vem piorando constantemente. Outro usuário afirmou que trabalhou na empresa por três anos e que a lentidão é um problema significativo no produto.
Para finalizar, Dohmke apresenta uma visão otimista sobre o futuro da codificação guiada pela IA, mas não esconde os desafios, como a erosão da qualidade do código e problemas de segurança listados pela OWASP. Ele defende que esses problemas não são motivos para rejeitar a codificação por IA, mas sim para evitar uma transição demasiado rápida para um domínio em que a IA predomine.