Instituto Butantan desenvolve anticorpo monoclonal contra Zika para proteção de gestantes

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Em um avanço significativo na luta contra o vírus Zika, o Instituto Butantan está desenvolvendo um medicamento experimental baseado em anticorpos monoclonais. Este tratamento visa proteger mulheres grávidas, grupo especialmente vulnerável às complicações causadas pelo vírus, como microcefalia e outras malformações congênitas nos bebês.


A tecnologia foi licenciada pela Universidade Rockefeller, dos Estados Unidos, onde os anticorpos foram identificados e testados inicialmente. A escolha do Zika como alvo reflete a preocupação com o potencial de novos surtos no Brasil, que enfrentou uma grave epidemia em 2015, resultando em mais de 50 mil casos prováveis da doença.


Michel Nussenzweig, imunologista brasileiro atuando nos EUA, isolou dois anticorpos humanos com forte capacidade de neutralizar o Zika. Testes em macacas prenhas mostraram que esses anticorpos reduziram significativamente a viremia materna e protegeram os fetos contra danos neurológicos.


No Brasil, o Butantan otimizou uma linhagem celular para produção dos anticorpos e utiliza engenharia genética para prolongar a duração da proteção. O objetivo é administrar a medicação em um único dose no início da gravidez, oferecendo proteção duradoura.


Apesar do progresso, o tratamento ainda está em fase de testes clínicos, com etapas iniciais envolvendo voluntários saudáveis e posteriormente pacientes infectadas. Kallás ressalta que este tratamento não substituirá a vacina, mas poderá ser uma ferramenta complementar essencial em regiões com baixa cobertura vacinal.

Maria Oliveira

Maria Oliveira

Enquanto o mundo luta contra doenças invisíveis, é inspirador ver cientistas brasileiros liderando avanços que podem salvar vidas. O trabalho do Instituto Butantan não apenas reflete nosso talento coletivo, mas também nossa responsabilidade em proteger os mais vulneráveis.

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