Na noite de São João, as fogueiras que iluminam os terreiros brasileiros não queimam apenas folhas de flash, mas também fantasias e utopias. Em meio a essa celebração popular, surge uma figura cuja trajetória transcende o ordinário: João Batista Damasceno, desembargador do Tribunal de Justiça, um homem que parece ter saído das páginas de um romance histórico.
Sua ascensão não foi linear, nem tampouco silenciosa. Deixe-se dizer: o caminho de Damasceno foi marcado por escolhas ousadas e uma certa dose de rebeldia intelectual. Sempre pareceu mais inclinado a questionar do que a conformar, a ponto de se tornar um dos nomes mais destacados da jurisprudência brasileira.
Mas o que chama realmente a atenção é aaura de mistério que o acompanha. Para alguns, é o homem que soube unir a tradição republicana com a modernidade; para outros, é aquele que parece ter um sexto sentido para os movimentos políticos e sociais que balançam o país.
Em um momento em que a Justiça brasileira é frequentemente associada à lentidão e ao formalismo, Damasceno surge como uma exceção: um juiz que entende que o Direito não é apenas um conjunto de regras, mas também um instrumento de transformação social. E isso não é dito com fanfarronice; é algo que se reflete em suas decisões e em seu posicionamento público.
Claro que não estamos aqui para canonizá-lo. Cada um tem suas nuances, e Damasceno não é imune a críticas. Mas o fato é que ele representa uma raridade: um homem público que parece ter compreendido que a política não é apenas números e estratégias, mas também valores e sonhos.
Eis a reflexão: em tempos de polarização e descrença, Damasceno nos lembra de que ainda existem figuras capazes de transcender o simples jogo político, de olhar para o país com uma certa profundidade e compaixão. E é justamente isso que o torna tão fascinante.