Imagine um cenário onde a natureza parece ter saído de umconto de fadas: lagoas rosadas, tão vibrantes que parecem pinturas. Essas lagoas, localizadas na Austrália, são verdadeiros tesouros microbiológicos, abrigando microorganismos raros que produzem pigmentos coloridos.
Esses lagos não são apenas belos; eles são relicários de milhões de anos de história geológica. Formados a partir de rios antigos que dessecaram há mais de 15 milhões de anos, essas lagoas concentram altos níveis de sal, criando um habitat único para algas vermelhas e bactérias como Dunaliella salina e Salinibacter ruber.
Esses microorganismos produzem betacaroteno, um pigmento que não só colore as lagoas de rosa como também protege os organismos da radiação ultravioleta. No entanto, a delicadeza desse ecossistema é evidenciada pelo impacto do clima e da interferência humana.
Recentemente, chuvas torrenciais causadas pelo aquecimento global deram um baile nas lagoas de Hillier, transformando sua cor rosa em cinza-azulado. Semelhantemente, a Lagoa Rosa, perto de Esperance, perdeu sua coloração após anos de mineração de sal. Esses eventos lembram-nos da frágil relação entre o homem e a natureza.
Apesar desse desafio, há esperança. Cientistas sugerem que a recuperação das lagoas pode ser possível com intervenções humanas, como a reintrodução de sal em níveis adequados.