Em uma jogada que mistura estratégia política e tentativa de circumvenção legal, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) seja nomeado para secretarias estaduais. A manobra de Eduardo, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, visa mantê-lo no Legislativo sem precisar retornar ao Brasil, onde enfrenta investigações e processos.
Uma saída 'esquisita'
Eduardo, que está nos Estados Unidos desde março, voltou recentemente a exercer seu cargo de deputado federal após licença de 120 dias. No entanto, não há planos de retorno ao país. Seus aliados no PL buscam alternativas para mantê-lo na política sem violar as regras eleitorais e penais. Entre as opções está a nomeação para cargos executivos estaduais, como secretário, o que permitiria nova licença sem riscos de perder o mandato.
'Fraude à jurisdição', acusa PT
Segundo Lindbergh Farias, a iniciativa de Eduardo configura 'tentativa clara de fraudar a jurisdição penal e eleitoral', além de burlar controles legais. Eduardo é investigado por crimes contra a soberania nacional após ter ajudado a articular sanções dos EUA contra o Brasil.
STF entra no jogo
O PT pede que o STF determine que governadores aliados não nomeiem Eduardo para cargos públicos e que ele seja afastado preventivamente do mandato. O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, foi aconselhado a emitir uma decisão cautelar impedindo Eduardo de assumir funções enquanto estiver nos EUA.
Política como teatro
Enquanto isso, o drama político continua. Eduardo Bolsonaro, em seu exílio voluntário, tenta manter-se no jogo legislativo brasileiro sem enfrentar as consequências de suas ações. A atuação de Lindbergh Farias, por outro lado, parece mais uma peça no tabuleiro de xadrez político brasileiro, onde cada movimento é calculado para garantir vantagem.