Linux no escritório: A ascensão do penguin na era das ciberameaças

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Em um mundo onde as ciberameaças se tornaram uma constante assustadora, o Linux começa a ganhar terreno nas empresas. Ao contrário do que muitos imaginam, não é apenas a nostalgia dos anos 90 ou a paixão dos DevOps que está impulsionando essa mudança – mas sim a necessidade de fortalecer os sistemas diante de um cenário cada vez mais Hostil.

Segundo dados coletados pela Lansweeper, o uso do Linux em computadores desktop e laptops empresariais subiu de 1,6% para 1,9% entre janeiro e junho de 2025. E no grupo de dispositivos que apareceram após março de 2025, a adoção já chega a 2,5%. Apesar das taxas parecerem modestas, estamos falando de um universo de aproximadamente 18,5 milhões de dispositivos analisados – entre eles, 3,5 milhões ligados ao mundo corporativo.

Guido Patanella, CTO da Lansweeper, afirma que o crescimento não é linear. É exponencial, e promete acelerar ainda mais se as tendências se mantiverem. Enquanto a previsão de fim do Windows 10 pode influenciar algumas decisões, o fator principal está longe de ser o marketing ou a moda: é a segurança.

É inegável que o Linux não é imune a vulnerabilidades – afinal, ninguém é. Mas, como lembra Patanella, a explosão de ameaças e ataques está levando as organizações à beira da paranoia. E quem culpa? Com ciberataques em constante evolução e ransomwares cada vez mais sofisticados, a procura por uma solução mais segura faz todo o sentido.

Mas não é só segurança que está impulsionando essa mudança. Os próprios engenheiros, aqueles que vivem no mundo da codificação e das soluções tech, preferem o Linux. E isso se alinha perfeitamente com a crescente demanda por ferramentas DevOps e desenvolvimento de tecnologia.

Enquanto na datacenter o Linux é rainha, no desktop as coisas ainda são um pouco diferentes. A compatibilidade de software, a capacidade de treinamento e a familiaridade ainda pesam bastante. Windows e Mac continuam dominando nesse espaço, mas o Linux está se mostrando mais resistente que os pinguins na Antártica.

E não podemos esquecer do exemplo da cidade germânica de Munique, que já balançou entre o Linux e o Windows várias vezes ao longo dos anos. Hoje, parece que a tendência é mais definitiva. Na França, por exemplo, a cidade de Lyon decidiu migrar para ferramentas open source de escritório e colaboração, abandonando o Microsoft.

Os dados da Lansweeper indicam que o Linux pode estar prestes a conquistar espaços significativos no setor privado e público. Não é mais uma questão de amor à liberdade do código, mas sim de necessidade: proteger a organização contra as ameaças que vem dos darknet, das gangues cibernéticas e das ransomwares que não dormem.

Lucas Martins

Lucas Martins

Enquanto o mundo corporativo se torna cada vez mais um campo de batalha digital, o Linux emerge como uma aliada silenciosa – e cada vez mais necessária. Resta saber se será suficiente para salvarnos das trevas cibernéticas.

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