Em um movimento que promete desdobramentos internacionais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recusou nesta segunda-feira (28) a ideia de firmar um acordo com os Estados Unidos sobre minerais estratégicos presentes no território brasileiro. Durante uma cerimônia no Rio de Janeiro, Lula deixou claro que o Brasil pretende manter o total controle sobre seus recursos naturais e determinou a criação de uma comissão especial para atualizar o mapeamento das riquezas do solo e subsolo nacionais.
Questionado sobre o interesse dos EUA em minerais como as terras raras, essenciais para a produção de baterias e semicondutores, Lula demonstrou uma clara postura protetiva. 'Se eu nem conheço esse mineral e ele já é crítico, eu vou pegar ele para mim', declarou, questionando o motivo pelo qual outros países deveriam explorá-los.
Essa posição, no entanto, não fecha completamente as portas para a diplomacia. Lula reiterou que está aberto a um diálogo com os EUA, desde que as discussões respeitem a soberania brasileira. 'Tem divergência? Senta em uma mesa e tenta resolver', disse, com seu tom característico de conciliação.
Enquanto isso, analistas observam que o posicionamento de Lula pode ter consequências significativas nas relações bilaterais, especialmente considerando a tensão recente entre os presidentes brasileiro e americano, Donald Trump, que anunciou taxas de 50% sobre produtos brasileiros.