A investigação sobre a colisão entre um helicóptero militar e um avião comercial, que resultou na morte de 67 pessoas em janeiro nos Estados Unidos, revelou uma série de desafios técnica e humana. Durante audiências do Conselho Nacional de Segurança no Transporte (NTSB), realizadas entre os dias 30 e 1º, foi descoberto que os instrumentos de altitude do helicóptero Sikorsky Black Hawk apresentavam discrepâncias significativas.
Segundo relatos, minutos antes do acidente, o piloto informou estar a 91 metros de altitude, enquanto o instrutor apontava 121 metros. No momento da colisão, os dados indicavam que o helicóptero estava a 84 metros do solo. Essa diferença não apenas chama atenção, mas também levanta questões sobre a confiabilidade dos sistemas de navegação em aeronaves militares.
Em condições controladas, a discrepância entre os altímetros barométricos e os de radar era tolerável. No entanto, com os rotores do helicóptero em movimento, esses dispositivos passaram a indicar altitudes significativamente mais baixas. Esse fenômeno ocorreu durante todo o voo, criando um ambiente de incerteza para a tripulação.
Marie Moler, uma das investigadoras, destacou que diferenças na ordem de 30 metros são 'significativas' em situações de aproximação e tráfego aéreo intenso. 'Há uma possibilidade real de que a tripulação visse uma altitude muito diferente da real', alertou. Ainda assim, os especialistas ressaltam que o acidente não pode ser atribuído exclusivamente a essas discrepâncias. Outros fatores, como as condições meteorológicas e o treinamento dos pilotos, também estão sendo analisados.
Essa revelação serve como um lembrete da complexidade do tráfego aéreo e da necessidade constante de melhorar os sistemas de segurança. No Brasil, onde incidentes envolvendo helicópteros são frequentes, casos como este devem servir de alerta para revisões mais rigorosas dos padrões operacionais e manutenção.